O Talho

03:43:00

Chef kiko,

 Venho por este meio parabeniza-lo pelo explendido trabalho prestado com uma matéria tão importante para mim como é a carne.
 Admito... Sempre me deixou curioso este seu restaurante que chama de "O talho"!
 Deixando para lá comentários de outros críticos, fechando a página assim que falavam dele, e até bloqueando a sua página no zomato...
 Sim, era minha intenção entrar sem quaisquer expetativas, despido de preconceitos e  forçando uma cara séria para não dar nas vistas.
 Aquele pequeno compasso de espera no talho, onde o talhante brincava com o cutelo, onde havia hipóteses para beber um aperitivo e realmente apreciar o local, fez-me expectar uma imagem do local, que viria a desvanecer rapidamente assim que as cortinas são abertas e a mesa apresentada.



 Tiro-lhe o chapéu à ideia do porta talheres em pedra como centro de mesa e aos próprios talheres em cor escura, fugindo do prateado convencional. A sala em si faz-me lembrar o Alentejo. Desde as mesas em pedra, às garrafas vazias prontas para serem enchidas.
 A couvert, a meu ver, não precisava de tanto requinte e fusão. 
 O húmus é dispensável e as paparis também. 
 A manteiga estava sublime, o creme de peixe com uma cor rosada, também ele tinha o equilíbrio certo de especiarias.


 Não sei se é efeito da carta, nem se é apenas do acaso, mas tal como metade da sala pedi os hambúrgueres de codorniz. 
 Com um pequeno lombinho de codorniz, cozinhado no ponto. Tenro e saboroso, a repousar numa pequena almofada de cebola caramelizada e uma pequena manta de folha de wasabi a aconchegar, quase que me fez gritar em voz alta. Mas contive-me e guardei-o para mais tarde. E se lhe chama-se de "Codorniz em ninho de brioche"?!
 Bem sem que não é restaurante para isso, mas encaixava que nem uma luva. 



 Para testar as técnicas por parte da equipa, optei pelo corte mais complicado de atingir a socolência. O lombo de porco.
 E estiveram ao nível! Com um lombo bem mais alto que o normal (com corte de lombo de vaca) fazendo esquecer o convencional lombinho de porco ao comprido. 
 O interior estava tenro e sumarento; o exterior, bem selado. 
 Tenho que lhe admitir, aqui caiu-me o chão e a trindade!
 A única fuga que encontrei com hipóteses de falhanço,  tinha sido contornada tão facilmente como um pedaço de manteiga em frigideira quente. 
 Gostaria de referenciar também o vinho escolhido, "O Talho". Mono-casta Syrah. Uma casta frutada e simples, adaptando-se facilmente ao paladar dos mais jovens. Surgiu como um vinho equilibrado e pouco encorpado, fácil de degustar e tornando-se o acompanhamento ideal para qualquer prato.
 Tendo sido destrunfado com tal facilidade rendi-me completamente e pedi aconselhamento da equipa para a sobremesa. 



 Foie Gras e Crème Brûlée. 
Montada ao comprido, com centro gelado de citrinos, despercebido, pedaços de lichia, que mais faziam lembrar vieiras do que o fruto e tudo o resto da decoração era magia do chef. 
 Soube que nesse dia quem estava responsável pela pastelaria era a chef Inês. Nunca este nome me suou tão bem! 
 Apenas refiro este pormenor pelo momento de deleite proporcionado pela mesma. (3 nabos, em 3, para esta sobremesa)
 Fique sabendo que o meu próximo objetivo é passar pelo Asiático. Já ouvi dizer que é uma viagem engraçada vista pela sua perspetiva. E esta é a única coisa que li sobre o restaurante, porque fechei o artigo a meio com medo de ser influenciado.

Obrigado!
Até uma próxima!

Agradável:
Preparação do lombo de porco

Menos Agradável: 
Humus

Avaliação de Nabo (1 a3)
Atendimento: 2,5 Nabos
Preço / Qualidade: 3 Nabos
Ambiente: 2,5 Nabos
Confeção dos pratos: 3 Nabos
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